Comentar/adicionar no Comentarium

domingo, 10 de abril de 2011

Coragem

Certa vez, em um dos bailes do centro comunitário, meu pai ainda presidente do mesmo, houve um entrevero. O protagonista desta peleja era um PM de mais de 1,90m de altura. O gaudério, por ser forte e bom de briga, deu trabalho para a segurança. Depois de muitos socos, gritos e emprurrões, a turma conseguiu colocar o indivíduo em uma sala para aguardar a PM chegar. Pois bem, meu pai chegou no baile bem no momento que estavam colocando o cidadão na referida sala. Meu pai, de apenas 1,68m de altura e 64kg, foi até a sala e interviu dizendo: "deixem-nos a sós por alguns minutos". Seus amigos, logicamente, disseram que não iriam deixá-lo sozinho, pois poderia acontecer uma tragédia. Meu pai tranquilamente pediu novamente e disse para confiarem.
Seus amigos sairam da sala, porém ficaram escutando por de trás da porta, aguardando o momento em que necessitariam entrar para evitar que meu pai fosse agredido pelo PM alterado.
O gaudério alterado começou a gritar e a bater na mesa dizendo "Sou homem e exijo respeito.", meu pai disse "Assim como tu sou homem também e se quiseres respeito porte-se como homem! Sente-se nessa cadeira e converse comigo olho no olho!" Meio relutante o indivíduo resolveu sentar-se. Com os ânimos mais calmos meu pai começou a conversar com ele com o intuito de mostrar-lhe que em primeiro lugar ninguém teve a intenção de desrespeitá-lo, segundo lugar, para exigirmos respeito precisamos nos fazer respeitar e os dois sabiam que por diversas vezes o referido PM havia causado transtornos em outras ocasiões pelo mesmo motivo. Com a eloquência, poder de convencimento e sabedoria, o pai mostrou ao PM alterado que o responsável por aquele tratamento era consequência de suas próprias atitudes impensadas.
Depois de quase uma hora de conversa e certo silêncio dentro da sala, os amigos de meu pai resolveram entrar para ver o que exatamente estava acontecendo. Ao abrirem a porta viram o PM alterado chorando copiosamente.
Depois desse fato o referido PM ficou muito amigo do meu pai e começou a auxiliar nos eventos comunitário desenvolvidos no bairro.
Com isto aprendi que um verdadeiro homem é feito com princípios e valores firmados por um caráter inabalável e não por músculos e instinto violento.
Mais do que músculos e testosterona, um homem de verdade é construído com humildade, honestidade, exemplo e respeito ao próximo. Tudo isso pode ser resumido em valores ensinados por Jesus. Jesus nunca precisou dar um soco para mudar a história da humanidade. Nunca seremos iguais a Cristo, mas temos o dever de nos esforçarmos para cumprirmos seus mandamentos.
Hoje, quando penso em ter reações de violência e de irracionalidade, lembro-me, primeiramente do que Jesus nos ensina na palavra dEle. Neste instante reajo com a desculpa de que "Senhor NÃO sou Jesus e nunca conseguirei ser igual a Ele!". Contudo o Espírito Santo me lembra de como meu pai reagiu naquela ocasião, onde todos só viam a violência como forma de resolver o problema daquele PM alterado, mas meu pai conseguiu mostrar que havia outra solução MAIS INTELIGENTE E AMIGÁVEL. E, como eu, meu pai também era um homem com defeitos e nunca seria como Jesus. Apesar da sua humanidade ele conseguiu fazer diferente.
Com esse argumento e testemunho, eu tenho que admitir: "NÃO TEMOS DESCULPAS PARA AGIR COMO OS OUTROS", ou seja, podemos escolher pelo caminho de Cristo, basta queremos.
Deus os abençoe!

2 comentários:

Tuca disse...

Querido Juliano, obrigada por nos contemplar com estes textos amorosos desta personalidade maravilhosa e que meu coração saudoso o admira cada vez mais...é um deleite ler estas palavras inspiradas pelo filho talentoso e amoroso.
Um abraço forte do Sul!

Experiencias Vividas disse...

Obrigado pelas palavras Tuca. Tu faz parte desta história