Comentar/adicionar no Comentarium

domingo, 27 de março de 2011

Histórias que vi

Quando o pai era presidente do Centro Comunitário da Vila Kennedy eram realizados bailes nos fim de semana com o intuito de promover o bairro e oferecer lazer para a sociedade. Vários grupos famosos tocaram na vila. O pai sempre se preocupou em fazer eventos voltados para a família e assim a diretoria preocupava-se muito com a segurança e com a qualidade. Vários brigadianos (policiais militares), voluntariamente, ajudavam na segurança, todos da diretoria ajudavam na organização para que as famílias pudessem se divertir sem maiores preocupações.
Meu pai procurava ser justo e tratar todos com o mesmo respeito e atenção, recordo-me que em um desses bailes o segurança não queria deixar entrar um senhor marginalizado na região por ter o costume de beber e arrumar confusão por onde passava. O pai, passando pela portaria, observou aquele alvoroço do senhor querendo entrar e o segurança proibindo, logicamente o senhor se sentiu discriminado, porém o segurança tinha suas razões em barrar a entrada dele. O pai interviu, chamou o referido senhor para conversar e disse que a atitude do segurança era uma das consequências das atitudes erradas que o senhor já havia cometido, porém mesmo assim entendia o sentimento de repúdio que a sociedade estava demonstrando naquele momento. Depois de quase 30 minutos de conversa, onde meu pai relatou as diversas experiências de discriminação que meu pai mesmo havia sofrido na sua infância por ter sido criado sem pai e sem mãe, por ter sido criado em um orfanato, por nunca ter tido oportunidade de estudar, etc, o senhor se comprometeu de não causar nenhuma confusão. Concluindo, o senhor entrou no baile, desfrutou do evento e não causou nenhum problema, além disso, toda vez que passava próximo ao pai perguntava "Seu Lino! Estou me comportando bem? Se eu estiver causando algum problema pode me chamar a atenção."
O que aprendi com isto: Todos somos importantes e precisamos de apoio e incentivo. Independentemente da posição social, da roupa ou da origem somos muito importantes para Deus. O fato de o pai investir 30 minutos de seu tempo em uma vida, através de sua experiência, proporcionou uma mudança na história daquele homem e de todos que viram a cena. Creio que Jesus NUNCA discriminaria ninguém por suas vestes, posição, cultura ou atitudes do passado. Isso é tão verdade que Jesus protegeu e perdoou uma adúltera digna de morte pela lei judáica, com a frase em João 8.7 "Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. "
É claro que muitos não querem aprender (falta de humildade), mas esse fato não nos desobriga de fazermos a nossa parte. Nosso foco deve ser fazer o bem para beneficiar todos que estão dispostos a aprender. Não podemos deixar de ajudar quem merece por causa dos que não merecem.
Tenha zelo pelo próximo, aproveite as oportunidades para fazer a diferença naqueles que estão dispostos a crescer.
Não deixe de praticar o bem por causa daqueles que não querem evoluir. Sempre haverá alguém necessitado de uma palavra amiga de encorajamento.
Até a próxima postagem!

Nenhum comentário: