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domingo, 28 de agosto de 2011

Luta pelas famílias

Não me lembro a idade que eu tinha, mas era menos que dez anos. Estava eu, meu pai e minha mãe em casa, era o início da tarde, derrepente bateram na porta, de forma insistente. Meu pai levantou e foi atender. Quando abriu a porta viu um rapaz, conhecido seu, que dizia: "Ele vai matar os filhos! Ele vai matar os filhos!". O pai pediu para ele se acalmar e explicar o que exatamente estava acontecendo. O rapaz respirou fundo, pois estava nervoso, e disse: "O fulano soube que seus filhos haviam roubado e ele está espancando seus filhos e não pára." O pai conhecia o "fulano" e sabia onde ele morava.
Naquele momento meu pai olhou para mim e disse: "Vem comigo filho!". Então saímos e fomos para ver o que deveríamos fazer, mas na verdade era que meu pai sería conduzido por Deus. Chegando a casa daquele homem, desapontado com seus filhos e que canalizou sua frustração de forma violenta, estava em pé no meio da sala com um chicote na mão e seus três filhos ajoelhados, com o rosto colado na parede e com as costas sangrando de tantas chicotadas. Vi ali, não ladrões, mas crianças carentes e humilhadas por seus erros, erros que todos somos passíveis de cometer.
O meu pai saudou aquele homem ofegante de tanto agredir seus filhos e este homem virou-se em direção ao meu pai e agiu como se visse um ajudador, pois precisava de ajuda para fazer de seus filhos homens de bem, pois era nítido em seu olhar a dor que ele sentia por estar fazendo aquilo e ao mesmo tempo inseguro por ver que havia perdido o controle. O meu pai compreendeu aquele pai descontrolado e, falando com voz serena e firme, disse: "Estamos aqui para te ajudar, vamos conversar um pouco!!!". O senhor largou o chicote e se sentou para conversar com o meu pai, enquanto isso os meninos permaneceram ajoelhados.
Eles conversaram durante vários minutos e o homem, já calmo, pode refletir sobre suas atitudes. Meu pai pediu que seus filhos se levantassem e tratassem dos machucados. Nâo me lembro se o pai conduziu o homem até a polícia ou havia um policial conosco, mas algo aconteceu nesse sentido.
Depois daquele episódio nunca mais ouvi falar de outro ato de violência daquele homem e seus filhos hoje são homens de bem.
Não entendi na época por que ele me levou para ver aquela situação. Hoje vejo que aquele episódio me fez entender que TODA ATITUDE tem uma consequência. E esta consequência irá depender do tipo de opção que fizemos. Os meninos sofreram por suas atitudes erradas e o pai violento também. Contudo, o que mais aprendi é que todos somos responsáveis, por ação ou omissão, por tudo o que ocorre a nossa volta. Nâo adianta negligenciar os problemas que ocorrem próximo a nós, pois chegará o momento que eles baterão a nossa porta. Nisto aprendi a não me omitir naquilo que posso ter influência. Não forço a barra, apenas tomo atitudes quando me é dada a oportunidade.
Não fique olhando as situações a sua volta como se estivessem em outra dimensão, tome atitudes direcionadas por Deus para influenciar o seu meio. Lute em prol do bem de todos. Não falo em julgar, não falo em apontar o dedo, ESTOU FALANDO EM AJUDAR. Ajudar é auxiliar alguém a se levantar, a crescer. Todos merecemos ajuda, do pior ao melhor. Se não puderes ajudar, pelo menos ORE POR QUEM NECESSITA DE AJUDA E DEUS ENVIARÁ O SOCORRO.

Tenha um bom dia em nome de Jesus Cristo!!!

2 comentários:

Tuca Freitas disse...

Querido Juliano, boa tarde.
Cada relato teu sobre teu Paizinho me faz sentir o quanto ele nos faz falta. Acredito que continua servindo a Deus onde está, animando, orientando e dando colo aos necessitados de seus ensinamentos e alegria.
Parabéns por esta linda iniciativa, todos estamos crescendo com as histórias de Seu LINO. Abraços do RS.
Tuca

Experiencias Vividas disse...

Obrigado Tuca pela força. Tenho aprendido na prática que, muitas vezes, os amigos são mais chegados que irmãos.
Tu tens o dom de motivar o próximo, tu ajuda o semelhante a acreditar em seus sonhos. Essa qualidade muito poucas pessoas possuem.
Deus te abençoe.