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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Homem Lino

O tempo não volta a trás. O ser humano tem uma passagem muito rápida neste mundo. Somos muito limitados. Por tudo isso e muito mais, devemos nos esforçar em aproveitar o tempo fazendo O BEM AO PRÓXIMO. Temos pouco, somos pequenos, podemos quase nada, portanto o pouco que temos e podemos deve ser BEM EMPREGADO.
Viva a vida com alegria, valorize os bons momentos e despreze os maus. Se não consegues esquecer as coisas ruins, quando te lebrares delas utilize estas lembranças como motivadoras para não repetir os erros.
Não se condene e nem culpe os outros pelas tuas tribulações, apenas as enfrente. Podemos evitar os problemas, mas não fugir deles, se ele já é real em nossa vida temos que enfrentá-lo.
Esses são ALGUNS dos ensinamentos que tive com meu pai. Muitos não foram falados, apenas vividos.
O Lino Alcidez Cruz Corrêa procurou viver com dignidade e verdade. Homem de pequena estatura, voz grave, charmoso, inteligente, de fala fácil e envolvente.  Nascido em 23/09/1946, na cidade de Jaguarão-RS, filho de Otávio e Balbina Corrêa. Teve uma infância pobre e humilde. Muitas vezes a Dna Balbina deu café com farinha para seus filhos e os mandava dormir, pois não tinha alimento para lhes oferecer.  O seu pai Otávio Corrêa bebia muito e costumava a viver na noite tocando violão e bebendo "trago". Por várias vezes o Sr Otávio quiz tirar o meu pai da escola, pois achava que "estudar era coisa de malandro" e minha avó ANALFABETA mandava seus filhos ocultamente à escola, pois, apesar de não saber escrever seu nome, sabia que somente através dos estudos seus filhos poderiam ter uma vida de qualidade.
Ah que saudades desse homem valente! Fazes muita falta pai. Tuas conversas sempre entusiasmantes sobre o meu futuro, minha família e nossas origens faziam meu coração bater mais forte, me impulsionavam a continuar lutando e nunca desisitir.
Fico imaginando o quanto fui e sou abençoado por Deus por ter tido um pai tão presente como o meu. Fico muito triste quando vejo alguém sem pai ou sem mãe, pois não sei o que é viver sem família, pois sempre tive a minha SÓLIDA e sustentada por Deus. Ao mesmo tempo que olho para a minha situação privilegiada referente a família, olho para a infância e juventude de meu pai e observo o oposto.
Ele perdeu sua mãe aos 12 anos de idade, quando tinha quatro irmãos menores. Meu avô, ao saber que estava viúvo, abandonou sua casa e seus filhos. Não o condeno, pois todos erramos e isso aprendi também com meu pai.
Meu pai, aos 12 anos, teve que literalmente doar seus irmãos às famílias mais próximas de sua casa e foi junto com os outros 2 irmãos, que não encontraram abrigo, para um orfanato. Abençoado orfanato, gerenciado pelo Padre Luiz Caponne, homem de Deus e dedicado a fazer o bem. Recebeu meu pai e seus irmãos com amor, carinho e respeito. Neste orfanato "Lar de Meninos" aprendeu a profissão de tipógrafo e pode ter uma educação direcionada pela palavra de Deus, com princípios Cristãos e valores fundamentados na verdade.  Que lindo! É realmente maravilhoso ver que mesmo sem ter tido uma família estruturada, sem ter tido uma educação ideal, o Lino, o mesmo que foi abandonado por seu pai aos 12 anos, o mesmo que foi criado em um orfanato até os 18 anos de idade, ofereceu-me A MELHOR FAMÍLIA QUE DEUS PODERIA ME DAR. Esse tipo de exemplo, para os atentos, arranca do nosso coração qualquer DESCULPA para não fazermos o melhor. Elimina de nossas mentes a falta de força para lutar com HONRA, DEDICAÇÃO, RESPEITO, TEMOR A DEUS E AMOR para fazer o bem a TODOS que te rodeiam.
Por hoje é isso, outro dia escrevo mais.